“Queremos o Regional”

No último fim-de-semana escapou a Série Açores, mas o momento é de levantar a cabeça no seio das Vitorinas.

Associações
15 MAR 2007

A ‘poste’ dá o exemplo e reclama a vitória no Regional de Juniores, onde o seu contributo poderá ser decisivo para assegurar o título.

Ana é um exemplo do que muitos chamam de ‘revelação tardia’. Começou cedo, aos dez anos, no Boa Viagem, “mas nunca fui jogadora de cinco inicial”, confessa. Depois, a mudança para a Praia da Vitória valeu-lhe a tranferência para os Vitorinos, aos quinze, e a entrada “num clube de formação”, refere. Progrediu tecnicamente, começou a trabalhar mais na posição de poste e hoje, apesar de dizer que “também não sou grande jogadora (risos)”, admite que nota algumas diferenças, comprovadas por quem a viu e quem a vê… Garra, técnica da posição específica que ocupa no terreno, muitos pontos e muita luta debaixo do cesto, que a tornaram numa das revelações da Série Açores deste ano. Aos 19 anos mostrou que tem capacidade de se bater com as mais experientes e qualidade para ir ao Faial roubar o título de campeã regional de Juniores femininos, depois de vencer “com alguma facilidade” o campeonato da Terceira…“Agora temos de nos fixar no Regional e tentar ganhar. As coisas correram bem na 1ª fase, apesar da derrota com o Faial, e acho que temos equipa para garantir um lugar na final… Depois, vai ser difícil… Elas têm uma boa equipa, um bom lançamento, são aguerridas. O que temos de fazer é trabalhar bem o contra-ataque e fazer bom trabalho de ‘poste’. Assim podemos ganhar”, refere Ana Gonçalves com esperança de vingar a derrota frente às seniores do Fayal Sport, na Série Açores de Basquetebol. “Temos um grupo forte, somos muito unidas e quando estamos bem, está tudo em cima. Somos um conjunto homogéneo e isso é uma virtude”, conclui a nossa figura da semana.Defeitos e virtudes Hoje, Ana está totalmente integrada na cidade e na equipa. Para ela, “não foi difícil a mudança porque me integrei bem no grupo. Acho que por um lado até foi bom porque consegui evoluir muito mais”, refere. Quando chegou à Vitorino Nemésio foi convidada pelo professor Paulo para jogar nos Vitorinos e achou que era a melhor opção, “até porque sou um bocadinho desorganizada e andar para cima e para baixo não ia ser muito benéfico”. Na Praia evoluiu, apesar de confessar que ainda há arestas a limar: “Quando as coisas estão a correr mal eu baixo um bocado os braços. Mas quando as coisas melhoram eu ganho mais confiança. O meu treinador sabe isso e está sempre a dizer, ‘cabeça, cabeça’… Acho que sou um bocadinho desconcentrada”. Traços de uma jogadora, que transporta os defeitos e as virtudes da vida para o campo. “A minha vida pessoal influencia um bocado a prestação em campo. Se estou mais em baixo este estado de espírito nota-se. Também sou um bocado esquecida (risos). A minha mãe está sempre a avisar-me das coisas”. Quanto ao resto, “gosto de saír à noite, estar com as minhas amigas, estar na conversa… Gosto de passear, dançar, estar com o meu namorado… Normal”, refere. Em relação a outros objectivos, sonha com acabar o 12º ano e com a Universidade. “Gostava de tirar Educação Social, ou Serviço Social, ou Relações Públicas e Comunicação…Não sei, mas anda à volta disso”, de preferência numa cidade pequena, como Ponta Delgada, porque “já sou distraída de mim e sei que quanto mais reboliço pior…”.Quanto ao basket, “gostava de continuar a jogar enquanto conseguir. Não digo que seja numa grande equipa, mas que dê para continuar e depois, quem sabe, treinar… O desporto é uma parte importante da nossas vidas. Estou contente com o basket e com a vida e estou com força para o resto da época e dos anos…”.“Tínhamos equipa p’ra ganhar”Três dias depois da derrota frente ao Fayal Sport, na jornada decisiva para a decisão do vencedor da Série Açores de Basquetebol, ainda se nota alguma tristeza nas palavras de Ana Gonçalves… “O professor pediu-nos para ganhar pelo menos por um ponto, para poder decidir as coisas no segundo jogo, mas sabíamos que ia ser complicado. Estávamos ansiosas e no fim do jogo fícamos um bocado desmotivadas, ainda para mais porque perdemos por uma diferença mínima”, refere a nossa figura da semana.Mesmo assim, continua a achar, “que tínhamos equipa para ganhar. Elas são mais velhas, mais experientes, tinham mais físico, mas tínhamos equipa para elas e mostramos isso”, refere. Sobre o resto da competição, esperava mais das equipas de Santa Maria e São Miguel, apesar de considerar que, “este foi um ano de aprendizagem muito importante para as mais novas”, que poderam contar com a “ajuda preciosa” das jogadoras mais experientes do plantel… Em jeito de conclusão, admite que “sempre definimos como objectivo ganhar todos os jogos e o professor sempre nos pediu para, pelo menos, deixar-mos uma boa impressão e deixar todo o nosso basket em campo. Acho que conseguimos… Com uns jogos melhores, outros menos bons, mas mostramos que temos valor”, conclui

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15 MAR 2007

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